Todo mundo sabe o que é o Jornal
Nacional. Mas eu preciso começar o livro de algum jeito – e é recomendável que
seja do começo.
O Jornal Nacional é um programa
jornalístico de televisão. Por ser jornalístico, apresenta temas comuns aos
jornais impressos, aos programas jornalísticos de rádio, aos sites da internet
voltados para notícias e, em parte, às revistas semanais de informação.
O livro de William Bonner Tem como finalidade mostrar aquilo de
mais importante aconteceu no Brasil e no mundo naquele dia Por ser um programa
de televisão, procura apresentar esses temas com a linguagem apropriada,
inteligível e dinâmicos ao veículo:
·
Texto claro, para ser compreendido ao ser ouvido uma única vez,
·
Ilustração de imagens que despertem o interesse do público por
eles – mesmo que não sejam temas de apelo popular imediato.
·
Isenção de dogmas, influencias e pontos de vistas.
·
Correções, sempre que surgem novas informações com relação ao
assunto.
Como todos os veículos
jornalísticos, o JN busca aquilo que os profissionais da área chamam de
"furo": uma informação de grande importância que nenhum outro jornal,
site ou programa tenha tornado pública antes. Mas tem peculiaridades que nenhum
outro possui. E uma das mais importantes é o número de pessoas que buscam
informação nele.
Algumas diferenças entre o
Jornal televisionado e o impresso:
·
O JN está disponível a todos os brasileiros com acesso à energia
elétrica e a uma televisão diante dos olhos. Nisso, o JN se afasta abissalmente
dos jornais impressos, que dependem de uma logística de distribuição física
própria para vencer a geografia e chegar aos leitores.
·
Enquanto o JN é gratuito, Jornais impressos são pagos.
·
Jornais impressos são produtos voltados exclusivamente para
cidadãos alfabetizados, ao contrario da TV.
Mas e o rádio? Um programa de
radiojornalismo, como o telejornal, também não prescinde de público letrado e
de distribuição física. Em ondas curtas, ele chegará aos mesmos rincões em que
a parabólica é necessária para ver TV. Mas sem imagem – e com menos qualidade
de som. E nenhuma rede de rádio alcança a mesma cobertura da Rede Globo de
Televisão.
A questão do alcance do Jornal
Nacional é essencial, está na raiz do programa.
"Nas primeiras
exibições do Jornal Nacional, usava-se o adjetivo na previsão do tempo. Mas
isso foi proibido, porque se falava assim: ‘O tempo é bom no Nordeste’.
Escreveram para a redação: ‘O tempo é bom para quem? Para carioca ir à praia? Para
mim, que estou na lavoura, é ruim’. Tivemos que mudar. Então, o adjetivo
caiu." (Memória Globo, 2/2/2009)
O dia a dia do JN:
·
Reunião
de Caixa – Primeira reunião do dia por videoconferência com as previsões
de pauta;
·
Reunião
do Espelho – Lista de todos os assuntos aprovados para edição (reflete uma
filosofia editorial);
·
A hora
dos “ cheirosinhos” – Atualização do espelho
Cada profissional envolvido no
processo de produção de material jornalístico para o JN precisa ter em mente
que aquilo será mostrado para cidadãos de todas as regiões brasileiras (e no
exterior, pela Globo Internacional), de todas as idades e orientações sexuais,
de todos os estratos socioeconômicos, de todas as faixas de renda, de todos os
credos, todas as cores, todas as posições políticas, todos os níveis de
escolaridade. Todos. E todas as noites, estreladas ou nubladas, o JN precisa
atingir seu objetivo.








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